25/02/2009

A complementaridade

A crise financeira internacional e o seu efeito bola de neve resultantes do capitalismo são uma realidade que afectam/afectarão todos os países, porque nenhuma economia é isolada. A grande diferença consiste no grau de afectação económica, que varia de país para país. Quer isto dizer que o factor inevitabilidade predomina nas relações económicas actuais...o que fazer? Propõe-se uma união de esforços para a ultrapassar. Mas nada disto é novidade se tivermos em conta a máxima a união faz a força. Talvez por isso recentemente, o Embaixador da RP China em Angola, Zhang Bolun, afirmou que Angola e a China devem encetar esforços para enfrentar a actual crise juntos, assente nas características das suas economias que se complementam. Da parte chinesa, o know how para os esforços de reconstrução do governo angolano ganham primazia, ao passo que Angola permite colmatar as necessidades energéticas da crescente economia chinesa. Ora bem, nada a apontar devendo apenas acrescentar que a união entre estes dois países não deve excluir a implementação de estímulos financeiros virados para o mercado interno.

06/02/2009

Potências regionais...

Há alguns parâmetros que definem o que significa ser uma potência regional como demonstrar capacidades militares; económicas; demográficas; políticas e ideológicas, entre outros.
A China já se enquadra neste conceito pela extensa população; ter-se tornado a 3.ª maior economia mundial a seguir aos EUA e Japão; possuir uma capacidade militar impressionante de tropas no activo e possuir armas nucleares, aliado à sua capacidade para desenvolver o conceito de soft power, segundo Joseph Nye. Um caminho árduo mas que denotou a capacidade chinesa de, num curto espaço de tempo, se ter conseguido afirmar internacionalmente.
Por sua vez, Angola é classificada como a China de África, pela sua performance, semelhante ao país asiático (e por falar de semelhanças, alguns organismos internacionais estimam que a taxa de crescimento económico de ambos os países para 2009 será de aproximadamente 8/9%). No entanto, discordo desta comparação pois as circunstâncias de take-off económico diferem bastante.
O potencial angolano é sobejamente conhecido mas o que importa destacar é o aumento do potencial para o soft power. O poder da sedução/atracção/influência pacífica fazem com que esteja cada vez mais perto o dia em que Angola se torne na segunda potência regional da África Austral, em conjunto com a África do Sul. Os dividendos de uma relação de complementariedade entre os dois países beneficiariam toda a região.